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REPORTAGEM SOBRE A III SEMANA INDIGENA
                             
                                  
PALESTRANTE: RAQUEL XUCURÚ-CARIRÍ
TEMA: POSSE DE SUAS TERRAS E RECONHECIMENTO DE SUA IDENTIDADE CULTURAL
LOCAL DA PALESTRA: AUDITÓRIO DO FECOM-CESMAC

  ALAN NASCIMENTO
                       

            Os povos indígenas merecem respeito desde seu surgimento. Segundo, Raquel Xucurú-Carirí, “Se os povos indígenas resistiram a 500 anos no Brasil, devido ao seu potencial de luta e rompimento dos preconceitos. Hoje temos um processo de terra em Alagoas, muito ridículo e falta de respeito com o nosso povo indígena. Temos que provar para o Brasil no sentido cultural que somos índios. Talvez por termos perdido os nossos cabelos pretos aí teremos que provar para o governo o que é ser índio por características e não pela nossa história indígena. O que me faz ser índia é o meu querer é a minha luta, e com certeza eu preciso de terra”.
Por questão indígena entende-se o conjunto de problemas que as diversas populações vêm sofrendo cotidianamente: A invasão de garimpeiros, madeireiros, e fazendeiros em territórios indígenas, a luta pela demarcação de terras a construção de estradas que atravessam reservas, hidrelétricas e hidrovias, como a Paraná-Paraguai e Araguaia-Tocantins, que podem reduzir ou inundar muitas áreas indígenas também são questões indígenas. De fato, os problemas sofridos pelas populações indígenas são questões nacionais, pois os povos indígenas também são povos brasileiros.
As sociedades indígenas sempre foram pauta para jornal. Isso pode ser verificado com uma rápida pesquisa em arquivos ou mesmo observando com um pouco mais de atenção os jornais nas bancas. O que vem mudando é a forma e o ângulo das abordagens dos temas indígenas pela imprensa. De violentos passaram a passivos, de sem voz a reclamadores.
A instituição foi parabenizada por Raquel Xucurú-Carirí, pela oportunidade que lhe foi concedida. Evidenciando em suas explanações; para toda a platéia: “Á um processo de demarcação de terra sobre o povo Xucurú-Carirí; a palestrante comentou também que os jornalistas têm que ter cultura e uma responsabilidade muito grande nas publicações de sua matéria. Raquel teceu críticas há jornalistas que não tem embasamento cultural sobre o povo indígena e pública matérias sem nenhuma fundamentação relacionada á cultura indigenista. Ou seja, de qualquer jeito. O Que é ser índio, o que é ser gente é ter sua identidade cultural reconhecida desde suas origens e não ser tratado como povos selvagens, como invasores de terras na ótica dos latifundiários, posseiros, governo e sociedade. Nós não estamos querendo paternalismo, mas, que o governo cumpra pelo direito que à constituição nos dá. Ou seja, direitos esses outorgados pela Carta Magna do País. Que verdadeiramente não são respeitados nem tão pouco cumpridos”.


PALESTRANTE: PROFESSOR EDSON HELY SILVA-UFPE HISTORIADOR
TEMA: EMERGÊNCIA ÉTNICA INDÍGENA, UMA ABORDAGEM HISTÓRICA

O professor Edson Hely fez o seguinte questionamento: “A primeira questão que temos que pensar é onde estão os índios? É na formação da sociedade brasileira? Na realidade estão na escala inferior da sociedade. Existe um antropólogo francês Cleidof Strauss, que procurou um embaixador brasileiro em París em 1934, perguntando a ele sobre o povo indígena e o embaixador falou que não mais existia. Na perspectiva de Darci ribeiro, ele tem uma visão de massacre da guerra da aculturação. Por trás dessa idéia, está á cultura pura. Cultura pura! O que existe é um preconceito contra a cultura indígena”.  A idéia de mestiçagem de branquísmo, no período da ditadura era posta em discussão. “No nordeste não tinha índio; é reconhecer os direitos das diferenças”.
 Para o professor Sávio de Almeida, “o índio entre nós não existia era algo do passado. É um processo de redemocratização; o índio com força de aliado político, vão ganhando força diante do acadêmico, contribuição social; onde políticos querem familiarizar-se com os índios. Seria bom que as universidades implantassem a disciplina “povos indígenas” que trataria dentro de sua metodologia as questões indígenas”.
            Os Povos indígenas pela sua história de lutas e conquistas contra uma sociedade preconceituosa, conseguiram se estabelecer e sobrepor todas as dificuldades. Esses povos são civilizados, e são gentes, pessoas dignas de respeito e consideração por parte do governo e da sociedade. Podemos perceber que o índio, hoje, não se mostra tão acuado e distante da realidade globalizacional. Pelo contrário, reivindica seus direitos mais do que nunca. São constantes os conflitos envolvendo o índio e a posse das terras em todo o território nacional.
 Eles não são mais tão indefesos, nem tão ingênuos quanto pensava – e ainda pensa – a maioria das pessoas. Afinal, antes de qualquer coisa, são cidadãos, e merecem respeito.  A questão pungente agora é como podemos realmente identificar um índio? Será pelos seus cabelos pretos como relatou a índia Raquel Xucurú Cariri, ou pela sua realidade e seus direitos constitucionais que não são cumpridos de acordo com a Constituição de 1988 estabelece no seu Art. 231, onde São reconhecidos aos índios suaorganização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

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